Multiculturalidade não é Relativismo Cultural
Multiculturalidade não é (nem pode ser) sinónimo de relativismo cultural. Em sociedades onde vigora o Estado de Direito democrático e laico e o respeito pelos Direitos Humanos, a integração de culturas dissonantes não deve, em nenhuma circunstância, permitir, entre outros, a normalização do casamento (ou relacionamento sexual) com menores, a perseguição e violência de base religiosa, o castigo das mulheres por adultério, o estabelecimento de direitos cívicos diferentes consoante o género ou a descriminação com base na orientação sexual ou ideológica. Contudo, sobretudo na última década, em paralelo com um estranho entranhar passivo e generalizado de uma visão kafkiana e infantil da humanidade como uma espécie congenitamente benevolente, foi germinando a crença de que era possível, sem riscos civilizacionais, integrar nas sociedades ocidentais, sem qualquer mecanismo regulatório, indivíduos que não respeitam os princípios fundadores dos Estados de Direito democráticos e laicos. O chamad...