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A mostrar mensagens de março, 2021

Querer que 2+2 passe a ser igual a 5

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  No início de 2020, sem ter ainda uma noção clara da natureza e potenciais consequências nefastas do novo coronavírus, confesso que me encontrava relativamente tranquilo em relação a um putativo impacto global negativo desse microrganismo. Também, em face da relativa gravidade das epidemias anteriores do século XXI, não pensei que a situação pudesse atingir contornos tão dramáticos. Assim, num primeiro instante, quando o problema não era, ainda, aparentemente catastrófico, não pensei serem necessárias grandes medidas para além de uma atitude expectante e vigilante. Contudo, tudo mudou quando vi e ouvi os alertas e  relatos verdadeiramente aterrorizadores  dos médicos italianos relativamente ao que estava a acontecer naquele país. Nesse momento, todos os meus alarmes interiores soaram e a minha preocupação aumentou significativa e proporcionalmente à seriedade da situação. Apressei-me a intensificar a leitura científica de modo a informar-me o melhor possível acerca do novo vírus e de

A Profissão Médica

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    Os médicos fazem o juramento de Hipócrates e comprometem-se com um código ético-deontológico que, no fundo, consagra o princípio da dedicação e da lealdade para com as pessoas e os doentes. Porém, em nenhuma circunstância os médicos, que exercem uma profissão legalmente regulada (com direitos e deveres), juram dar literalmente a própria vida ou a comprometer a própria saúde pela de outro ser humano. Aliás, como é sabido, nos cursos de suporte básico de vida (SBV) é ensinado que, caso não estejam reunidas as condições de segurança que salvaguardem a vida ou a saúde dos profissionais, é legítimo que eles ou não se aproximem da pessoa a necessitar de cuidados (por exemplo, uma vítima inconsciente encurralada num edifício em chamas prestes a ruir), ou não realizem determinadas manobras que coloquem em causa a sua própria saúde (por exemplo, no caso de uma vítima inconsciente e desconhecida, a necessitar de manobras de SBV, que sangra pela boca, é aceitável não fazer as insuflações boca

UNESCO - Impacto da COVID-19 na Educação

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  Suspensão das aulas e resposta à COVID-19 (unesco.org)

As Leges artis numa Emergência Sanitária

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     A liberdade ideológica e de participação política está constitucionalmente consagrada. Desta forma, a generalidade dos cidadãos, médicos incluídos, têm o direito de integrar as demais associações e cargos político-administrativos. Contudo, defender, legitimamente, um modelo social e económico de acordo com uma ideologia pessoal é diferente de, numa situação de emergência sanitária, um médico proferir declarações ou propor estratégias que deixam no ar a sensação de uma ausência da independência desejável relativamente ao poder político e/ou de uma aparente “secundarização” de princípios clínico-científicos elementares. Mesmo quando não exista, ainda, uma evidência científica robusta relativamente aos métodos mais adequados a aplicar, o bom-senso clínico deve imperar e o conhecimento até então existente de medidas eficazes para problemáticas relacionadas e de dados preliminares científicos promissores, deve nortear, de forma prudente e preventiva, o aconselhamento clínico-científico