A responsabilidade da parentalidade

A decisão de ter um filho deve ser ponderada, realista, responsável e esclarecida. Em primeiro lugar, é preciso ter desde logo presente que o papel de pai e de mãe não é um conto de fadas e que exercê-lo está muito para além da simples condição de progenitor. Angústias mais ou menos intermitentes, cansaço inerente aos cuidados e à responsabilidade, alterações da dinâmica do casal e das suas relações sociais e lúdicas e uma amargura constante relativamente à impossibilidade de garantir em absoluto a felicidade, a segurança e a saúde de um filho são parte relevante das vivências da parentalidade. Em segundo lugar, uma vez que um filho é sempre alheio à decisão da sua própria criação e nascimento, o alcance da obrigação cuidadora dos pais não se deve esgotar na satisfação directa de necessidades elementares como a alimentação, os afectos, a saúde ou a educação. Uma participação activa na comunidade e, num sentido mais amplo, no mundo, procurando melhorá-lo, deve...