A inevitabilidade da dicotomia humana

 Início do século XX. Albert Einstein apresenta uma fórmula que transformaria definitivamente o Mundo: E=mc2. Em vésperas da Segunda Guerra Mundial, Einstein, depois de uma conversa com Szilard, endereça uma carta ao Presidente Roosevelt alertando-o que os alemães poderiam estar na eminência de conseguir construir uma arma com uma capacidade destrutiva incalculável.

 Szilard tinha descoberto a forma de pôr em prática a teoria de Einstein, segundo a qual uma pequena quantidade de massa pode originar uma quantidade ínfima de energia. Pela primeira vez no Verão de 1945, já depois de a Segunda Guerra Mundial ter terminado, a aplicabilidade dessa teoria foi revelada ao mundo com a bomba atómica lançada em Hiroshima.

 Perante esta catástrofe, Einstein é invadido por angustiantes sentimentos de culpa. A sua carta e a sua equação teórica haviam precipitado uma sequência de acontecimentos que tinham redundado no massacre hediondo de Hiroshima. Mas a teoria de Einstein não se conotaria apenas com destruição. Baseando-se nela, Lemaître elabora a “teoria do átomo primordial”, mais conhecida como “teoria do big-bang”, da origem do Universo e da Vida.

 Ora, a demonstração da aplicabilidade de E=mc2 com a construção de uma bomba atómica eficiente, credibiliza a “teoria do big-bang”, mesmo quando a contínua e insaciável reflexão humana esbarra em perguntas como: “E como surgiu o Átomo Primordial? Deus? E como surgiu Deus?” Assim, independentemente das inúmeras questões sem resposta para o grande mistério da Vida, a teoria de Einstein explica de forma credível a origem da vida a partir da cisão da matéria.

 E será talvez porque a vida (construção) surgiu de matéria fragmentada e aparentemente desordenada (caos) que a matriz Humana é inevitavelmente dicotómica, uma batalha permanente entre pulsões de destruição e construção. A fórmula de Einstein…uma autêntica representação Física da inalienabilidade da dicotomia humana mergulhada num Mundo Kafkiano, caótico e absurdo, que ela própria perpetua…

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