Os médicos fazem o juramento de Hipócrates e comprometem-se com um código ético-deontológico que, no fundo, consagra o princípio da dedicação e da lealdade para com as pessoas e os doentes. Porém, em nenhuma circunstância os médicos, que exercem uma profissão legalmente regulada (com direitos e deveres), juram dar literalmente a própria vida ou a comprometer a própria saúde pela de outro ser humano. Aliás, como é sabido, nos cursos de suporte básico de vida (SBV) é ensinado que, caso não estejam reunidas as condições de segurança que salvaguardem a vida ou a saúde dos profissionais, é legítimo que eles ou não se aproximem da pessoa a necessitar de cuidados (por exemplo, uma vítima inconsciente encurralada num edifício em chamas prestes a ruir), ou não realizem determinadas manobras que coloquem em causa a sua própria saúde (por exemplo, no caso de uma vítima inconsciente e desconhecida, a necessitar de manobras de SBV, que sangra pela boca, é aceitável não fazer as insuflações boca